ENEM 2016 - QUESTÃO 132
Soneto VII
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quando pode dos anos o progresso!
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quando pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera.
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera.
(COSTA, C.M. Poemas. Disponível em
www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 7 jul 2012)
No soneto de Claudio Manuel da Costa, a contemplação
da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão em que
transparece uma
(A) angústia provocada pela sensação de solidão.
(B) resignação diante das mudanças do meio
ambiente.
(C) dúvida existencial em face do espaço desconhecido.
(D) intenção de recriar o passado por meio da paisagem.
(E) empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da
terra.
Gabarito oficial: E
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O poema de Cláudio apresenta algumas características
árcades, tais como: fugere urbem, o bucolismo e locus
amoenus. Estão presentes no retorno ao campo e quando é explícito o
desejo de uma vida tranquila, vislumbrada pelo eu lírico. Esse desejo pela
tranquilidade se contrapõe à realidade quando o eu lírico demonstra ter
encontrado um lugar diferente daquele que estava guardado em sua memória (''Eu
me engano: a região esta não era...'')
Naara Silva
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