Cláudio Manoel da Costa
Soneto: VIII
Este é o rio, a montanha é esta,
Estes os troncos, estes os rochedos;
São estes inda os mesmos arvoredos;
Esta é a mesma rústica floresta.
Tudo cheio de horror se manifesta,
Rio, montanha, troncos, e penedos;
Que de amor nos suavíssimos enredos
Foi cena alegre, e urna é já funesta.
Oh quão lembrado estou de haver subido
Aquele monte, e as vezes, que baixando
Deixei do pranto o vale umedecido!
Tudo me está a memória retratando;
Que da mesma saudade o infame ruído
Vem as mortas espécies despertando.
Soneto: VIII
Este é o rio, a montanha é esta,
Estes os troncos, estes os rochedos;
São estes inda os mesmos arvoredos;
Esta é a mesma rústica floresta.
Tudo cheio de horror se manifesta,
Rio, montanha, troncos, e penedos;
Que de amor nos suavíssimos enredos
Foi cena alegre, e urna é já funesta.
Oh quão lembrado estou de haver subido
Aquele monte, e as vezes, que baixando
Deixei do pranto o vale umedecido!
Tudo me está a memória retratando;
Que da mesma saudade o infame ruído
Vem as mortas espécies despertando.
Análise: O autor descreve a saudade que sente daquele lugar
simples e calmo, exteriorizando suas emoções quando estava presente no mesmo. Além
de mitificar o campo como lugar ideal para se viver em pleno século das luzes,
já que o Arcadismo foi um período que aconteceu durante a ascensão do
iluminismo. O soneto acima nos mostra a predominância do bucolismo e do
pastoralismo, na qual o autor busca os valores da natureza e apresenta a
simplicidade e a humildade de viver no campo. Nos da a idéia que o campo é uma
espécie de redução do mundo. Apresenta uma linguagem de fácil compreensão, ao
contrário do Barroco; procura descrever objetivamente o cenário situado; e sua
descrição é indicativa de um lugar feliz. Também apresenta traços do Barroco,
pois Cláudio Manoel foi um poeta de transição entre os períodos.
Pedro Henrique Soares
No soneto, o autor relembra momentos que tivera ali no passado, e fala também da saudade que ainda sente.
ResponderExcluirUm dos aspectos mais marcantes do arcadismo, é a exaltação da natureza, referências a terra e ao mundo natural. Tendo isso em mente, logo que começamos a leitura, já podemos identificar diversos exemplos relacionados a essa característica.
Maria Clara Menezes
O autor usa a nostalgia para referir-se ao lugar. Assim,engrandece a tão bela natureza. É sua característica, o uso de "montanhas", "penhascos", como no texto, fazendo referência à sua terra natal e as contrapondo à planícies, recorrentes na poesia árcade luso-hispânica.
ResponderExcluirPedro Rodrigues.
No texto é mencionado os momentos que o autor tivera no passado, e como já foi citado ele enaltece a natureza, o que é uma das características do arcadismo.
ResponderExcluirMaria Eduarda Porteles
O soneto VIII deixa-nos perceber, ainda, algo do Romantismo, pois retrata nos versos seu estado da alma (saudoso de tempos passados em sua terra natal). A linguagem também é rebuscada, marcada por recursos estilísticos e figuras de linguagem para definir o que está vivenciando.
ResponderExcluirNaara Silva
No soneto, o autor relembra momentos em que ele viveu em algum lugar, e exalta a natureza, uma característica do arcadismo.
ResponderExcluirEmerson Vinhosa
Começaram bem, pessoal. Naara, reveja esta questão da linguagem rebuscada. Vamos conversar sobre isso?
ResponderExcluirRetire do texto trechos q aperesnta a perfeita harmonia com a natureza
ResponderExcluirO conjunto de estrofes tem um duplo sentido, ou seja, o texto é passivo de dupla interpretação. O eu-lírico cita os elementos da natureza para descrever um corpo feminino em momento de total erotismo.
ResponderExcluirEsse soneto resume bem o saudosismo e a exaltação da natureza bucólica, típicos do Arcadismo.
ResponderExcluirMuito bom o post. Me ajudou muito a clarear a ideia desse poema. Muito obrigada❤
ResponderExcluir