GREGÓRIO DE MATOS
Triste Bahia
- Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh se quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!
Análise - Pedro Henrique
No soneto acima, Gregório de Matos faz uma crítica a Bahia pela situação econômica que passava, especialmente de Salvador, graças a expansão econômica. Na segunda estrofe do poema, ele quis dizer que as pessoas estão sendo trocadas pelo mercado, que os negócios têm sido mais importantes que seus habitantes. Gregório ganhou o apelido de "Boca do Inferno" porque fazia críticas contundentes aos problemas que se apresentavam na cidade da Bahia, aos desmandos, à corrupção, à toda licenciosidade que havia na cidade, como o soneto mostra.
No soneto, Gregório lamenta o estado de sua cidade, antes rica, agora pobre. A condição de miséria da cidade se deve ao fato de ela se dar ao estrangeiro.
ResponderExcluirEmerson Vinhosa.
Ao meu ver, e como já foi dito nas duas últimas análises, o autor critica e lastima o fato da Bahia estar em um estado de decadência. Um lugar que no passado passou por bons momentos, mas está longe de estar passando por um "bom tempo". Estavam cruzando uma época tão abatida, a ponto de dar suas riquezas em troca de coisas sem um valor sequer semelhante. Maria Clara Menezes
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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ResponderExcluirNo poema o autor manifesta um lamento, relacionado ao estado de sua cidade, que um dia fora rica mas agora encontra-se pobre. A pobreza da mesma é relativo à sua doação ao estrangeiro. Percebe-se de fato uma presença da característica barroca: um exagero nas lamentações e exaltações. Pedro Rodrigues.
ResponderExcluirGregório de Matos era originalmente baiano, podendo manifestar bem sua posição em relação à esse local. Nessa época estava ocorrendo uma enorme crise no mercado e isso fez sua cidade decair, gerando um grande lamento por parte do autor. Isso fica mais claro no desfecho do testo em que o autor chega a desejar que a Bahia volte ao seu estado humilde. As características barrocas vistas são a antítese (exposição de ideias opostas) e o fanatismo pela linguagem culta.
ResponderExcluirNaara Silva
Estou gostando das análises. Porém, o poema ficou completamente desconfigurado. O que houve? Nem parece um poema. Maria Eduarda, você não vai participar?
ResponderExcluirNão sei o que houve, professora. Assim que postei ficou de um jeito, depois ficou de outro...
ExcluirPedro Henrique
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